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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Leve é a Pena


Final de semana passado tive o prazer de conhecer pessoalmente o Silvestre Kuhlmann, no S8 Cultural, na praia do Botafogo. Além de realizar um desejo antigo de ver e ouvir ao vivo a musica de altissima qualidade poética, harmonica, melódica e ritmica do Silvestre, comprei seu ultimo álbum, chamado Leve é a Pena.

Confesso que a obra-prima me supreendeu em todos os sentidos e em especial pela qualidade estética e poética dos sonetos e poemas escritos e musicados pelo Silvestre. Segundo o proprio autor, no seu site (visite aqui), o CD "revela um período criativo novo do compositor, que prioriza a poesia na beleza da forma. Contém nove sonetos e três poemas escolhidos."

Um em especial me tocou profundamente, "No oculto do seu quarto".


No Oculto do seu quarto
Composição: Silvestre Kuhlmann

No oculto de seu pequenino quarto
Portas fechadas, sem fazer alarde,
O moço presta culto; o peito arde.
Busca da Água e do Pão que o torna farto.

E diz ao seu Amado: Não me aparto
Deste lugar quer seja cedo ou tarde.
Nada me impedirá que eu Te aguarde;
Se não vieres a mim, daqui não parto.

De que me vale ter todas as coisas?
A fome em minha alma não se mede.
Virás pra saciar a minha sede?

Tesouros vãos se vão.São ventos, brisas,
Quero buscar primeiro a Ti e ao Reino;
No qual quero chegar feito menino.

Sem dúvidas, mais um trabalho de altíssima qualidade que vem pra mostrar o que é a boa música brasileira!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Independência do Brasil

Neste tempo de eleição e comemoração da indepêndencia do Brasil, trago-vos esta canção-reflexão do poeta Gladir Cabral entitulada Este País:

Este País
(Gladir Cabral)

Este país precisa mesmo é de sonho,
De um dia a dia um pouco menos tristonho
De alguma porta aberta para a justiça, que já se avista.
De uma janela que não tema a clareza
Da luz do sol que vem com toda a certeza
Afugentar o medo, a morte, a mentira
E nossa pobreza

Um novo e imenso grito de independência
O pé no chão e a mão sobre a consciência
A fé no coração e aquela inocência
Não mais perdida

Este país precisa de água corrente
De honestidade solta pela vertente
De uma floresta transbordando de vida
Força incontida.
Um litoral de areias brancas e mares
Onde morenos braços de outros Palmares
Construam juntos ruas, casas e escolas,
Novas cidades,
Uma avenida feita de pedraria
E ladrilhada de cristal de alegria
Que fosse todo bem que a gente queria
E que traria

Um novo e imenso grito de independência
O pé no chão e a mão sobre a consciência
A fé no coração e aquela inocência
Não mais perdida

Veja o vídeo da canção no Youtube

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mais uma do Sergio Pimenta




Um grande poeta revela seu valor através da atemporalidade da sua obra. Embora gravada ainda na decada de 80, mais de 20 anos depois, as musicas do Sergio Pimenta se mostram ainda atuais, com uma poesia e musicalidade que comove profundamente...

Separei uma das minhas preferidas para postar aqui, Sob Pressão:

Sob Pressão

Este mal que aflige o teu coração
Árvore de profunda raiz
Seja o desemprego, a fome, a solidão
Perceber-se ser o que não quis

Este mal que pisa em cima da razão
Teu carrasco, teu jurado e juiz
Informa, deforma, causa implosão
Que apaga a esperança de giz

Este mal que escapa da tua mão
Impondo dura cerviz
Como escapar-lhe a ação
Fugir-lhe a diretriz

Em Jesus está o rumo e solução
Pois realiza sempre aquilo que diz
Nele há esperança mesmo na pressão
Só em Cristo o homem é feliz
Só em Cristo o homem é feliz

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidencia...


Do grande poeta Gladir Cabral, Casa Grande:

Casa Grande
(Gladir Cabral)

A casa grande é branca e branda como a seda,
Acolchoada, fina e nobre como a renda,
Mas aqui fora reina a lei da reprimenda,
Da palmatória, nossa paga, nossa prenda.

Doutores, caros, fortes, ricos e senhores
Que suspirais pelas janelas dos amores,
Olhai por nós marcados por terríveis dores,
De vós vêm nossas esperanças e temores.

Os nossos corpos sendo mortos pouco a pouco,
Os nossos sonhos já desfeitos, todos loucos.
Na casa grande há uma cruz numa parede.

No coração de um negro há uma casa nova
Sem palmatória, sem corrente obrigatória,
Sem mais senhores, todos são de todo amigos
E nas paredes não há cristos esquecidos.

Nessa fazenda Deus é gente aproximada,
É tempo inteiro, tarde, noite e madrugada,
Motiva encontro, comunhão e caminhada,
Faz liberdade ser bem mais que uma palavra.

Os nossos corpos redimidos num momento
Bem mais veloz que a luz de todo o pensamento,
A nossa casa é muito mais que uma fazenda (1ª)
A nossa vida é bem mais que uma fazenda (2ª)


Veja a apresentação desta canção pelo Gladir no plataforma.art: