sábado, 19 de fevereiro de 2011

Roberto Diamanso






A tarefa de escrever um blog sobre música e arte as vezes parece um desafio para um químico. Não sou um especialista no assunto e tudo que falo aqui faz muito mais juz as minhas impressões e convicções do que aos meus conhecimentos técnicos sobre o assunto.
Embora cientista (por assim dizer) por profissão, sempre fui amante das palavras, desde os meus tempos de escola técnica, de aula de literatura. A poesia dos amigos e as musicas subversivas da juventude inspiravam a busca pela nova ordem. Busca que pareceu ser interrompida quando da chegada de Cristo, se mostrou, no entanto, posteriormente, muito mais forte e fudamentada. Se Cristo, pois, é o verbo vivo de Deus, sejamos pois os conjugadores desta maravilhosa graça, de modo especial, poético. Parafraseando o Gerson Borges, é a beleza da verdade sem deixar de lado a verdade da beleza!


Todo esse preâmbulo foi apenas para fala de um camarada que admiro muito. Um verdadeiro expositor das palavras, poeta e cantador, artíficie de poemas de rara beleza que tem como um dos traços mais marcantes o gosto e habilidade com o jogo das palavras, além da influencia recebida da cultura popular nordestina, como bom representante do nordeste brasileiro.

Um dos seus poemas mais conhecidos faz um trocadilho que o define bem:


“Biruta você me chama,
Quem sabe não sou?!
Concordo até,
Um coador,
Não de pocafé
Na posição horizontal.
Quero ser e viver assim
Tal qual,
Posto que,
O vento sopra onde quer
Coador sem fundo
Sem ter onde e nem o que guardar
Sem poder jamais estar
Cheio de si mesmo
Mas que seja existir
Para orientar
Alguém que vem de lá
Vagando a esmo”



Outro poema que leva seu nome é recitado ao som de “lamento sanfonado por Sir. Abianto” traduz a alegria e a paixão de Diamanso em espalhar a “Graça de graça”:

Cada de nós tem o seu canto
mas quando agente se ajunta pra cantar,
Não sei vocês, mas eu gosto tanto
Que pergunto
Viu Sir Abianto,
se nenhum de nós é grão e outro, palha,
Pra que espalhar?
Quem nos junta é a graça
Favor que não mereço
Mas agradeço e peço
Ó Deus, me faz também querer comunicar
Àquele com quem eu interagir,Fazer sorrir
Mas que gracejo, seja o meu desejo, agraciar.
Graça faz o artista no uso do talento,
Se no recinto o ingresso é livre,
Como que ao ar livre,
Porque livre é o ar
Que lhe soprou seu artesão,
E em gratidão e a ação de graça dá!




Diamanso é aquela figura nordestina típica, traz consigo um carisma e alegria, que é intrisseco a maioria dos nordestinos e nesta simplicidade transmite verdades do evangelho de Cristo Jesus. “A sabedoria mora com gente humilde!”

Diamanso não é apenas um músico, um compositor, é um menestrel, um verdadeiro artista cujo coração está cheio da graça de Deus!

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